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Influencer: O Colapso cultural da mentalidade brasileira


Vivemos hoje o auge do besteirol e das inutilidades no Brasil. As redes sociais, que deveriam ser ferramentas poderosas de comunicação e conhecimento, se transformaram em verdadeiros celeiros de conteúdo vazio. É o apogeu da futilidade, onde se dissemina a superficialidade e se valoriza a irrelevância. A palavra que encarna essa realidade é "influencer" – um termo que tenho nojo.

Olhar para o início dos anos 2000 me fez lembrar o quanto as coisas mudaram. Naquela época, a internet ainda era um território desconhecido, com propósito e funcionalidade. Era um espaço de descoberta, de aprendizagem e de novas conexões. As pessoas usavam as redes para estudar, encontrar amigos e até fazer encontros (IRContros). Havia uma sensação de que o futuro digital traria mais oportunidades para a sociedade se desenvolver de maneira inteligente. Mas o que vemos hoje é trágico: uma degradação cultural em escala apocalíptica.

Abrir o Instagram, por exemplo, é se deparar com uma vitrine de futilidades. Todos com um único objetivo: virar influencer. E o caminho para alcançar esse "status" é apostar na superficialidade. O que antes era visto como diversão, hoje virou método de vida. As pessoas tentam ser engraçadas, fazem vídeos coreografados, balançam a bunda em troca de curtidas e visualizações. Conteúdo de valor? Quase inexistente. Pior ainda é o TikTok, um ambiente onde o vazio intelectual se potencializa a cada vídeo de 15 segundos. Testei o aplicativo por meia hora e não consegui suportar. Desinstalei na hora.

O mais preocupante é o impacto que essa cultura da futilidade tem nas ambições dos jovens. Antigamente, sonhávamos em ser médicos, engenheiros, jornalistas ou professores. Hoje, a juventude quer a fama fácil nas redes. A ideia de uma profissão de verdade, que envolva esforço, estudo e dedicação, vai se tornando cada vez mais distante. Subcelebridades surgem diariamente, como produtos em uma linha de montagem de mediocridade, e são instantaneamente consumidas por uma massa ávida por qualquer tipo de entretenimento vazio. O culto à ignorância está em alta.

E o pior cenário ainda está por vir. Se continuarmos nesse ritmo, a economia do Brasil pode acabar se resumindo a "influencers" e BETs. Profissionais qualificados, com experiência e que realmente agregam valor à sociedade, estão fugindo do país.

O colapso cultural brasileiro está diante de nós, e estamos atingimos um ponto sem retorno. Salve-se quem puder!

Por: Ismael Sousa