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Quais os critérios do Governo para abrir bases dos Bombeiros no RN?


Na semana passada, a governadora Fátima Bezerra (PT) inaugurou uma nova base do Corpo de Bombeiros Militar em Patu, no interior do Rio Grande do Norte com pouco mais de 11 mil habitantes, segundo o IBGE. A escolha do município para receber essa unidade tem gerado questionamentos, já que Patu registra, em média, apenas uma ocorrência por ano relacionada aos serviços da corporação. Enquanto isso, várias cidades maiores e com maior demanda continuam sem cobertura direta do Corpo de Bombeiros.

Nos últimos dois anos, o governo abriu quartéis em Assú (56 mil habitantes), Currais Novos (42 mil habitantes), Apodi (36 mil habitantes) e Goianinha (26 mil habitantes), cidades que claramente necessitavam dessa infraestrutura. Pelo próprio planejamento dos Bombeiros, a expansão das unidades deveria priorizar municípios com mais de 30 mil habitantes, como Macaíba, Ceará-Mirim, Santa Cruz e João Câmara – todas com populações bem maiores e demandas de serviços de emergência.

A instalação de uma base envolve gastos elevados: cerca de R$ 2 milhões para viaturas e equipamentos, além de um custo anual de aproximadamente R$ 600 mil para manutenção dos efetivos. Em um momento de dificuldades financeiras no estado, muitos questionam se a escolha de Patu foi feita com critérios técnicos ou se há outras motivações, possivelmente políticas.

Cidades economicamente importantes, como Santa Cruz, um polo universitário, e João Câmara, que frequentemente lida com acidentes graves, ainda não contam com quartéis dos Bombeiros, o que compromete o atendimento emergencial e a segurança da população. Além disso, regiões turísticas da Costa Branca seguem desassistidas, impactando o desenvolvimento do setor.

Com bases já instaladas em cidades próximas, como Pau dos Ferros, Caicó e Apodi, a cobertura para Patu já estava assegurada dentro de um raio de 60 km. Então, por que o governo do RN escolheu abrir uma nova unidade em um município com tão baixa demanda? Espera-se que o governo reavalie as prioridades na expansão do Corpo de Bombeiros e direcione os recursos para onde há maior necessidade.