Sinceramente, não consegui ouvir, mas circulam vídeos nos grupos de WhatsApp dizendo que a governadora Fátima Bezerra foi vaiada no início da procissão de Santa Luzia, neste dia 13, em Mossoró. A governadora discursou em frente ao Mosteiro Santa Clara, o que, na minha opinião, foi um momento inoportuno. Vou explicar: desde que o ex-prefeito Francisco José Junior (Silveira Jr.) foi vaiado na abertura da festa em 2015, a Diocese proibiu discursos de autoridades políticas. Registrar presença, sim; discurso, não. E eu apoio essa decisão.
Hoje, o alvo foi Fátima. E, antes que alguém pense errado, longe de mim defender a gestora. Sou crítico ferrenho do governo dela e sou totalmente contra qualquer política ideológica de esquerda. Mas vaiar a autoridade máxima do Estado durante a maior festa religiosa do RN é desrespeitoso, tanto com a festa quanto com os devotos.
A governadora merece críticas, sim. Seu governo tem deixado a desejar, principalmente em Mossoró. A saúde está uma tragédia. Mas esse tipo de manifestação não deveria acontecer em um evento religioso, que é maior do que qualquer disputa política ou governo ruim.
A maior resposta que o povo de Mossoró pode dar é na urna, no dia da eleição, e não em um momento de fé. O problema foi liberar espaço para discurso político. Abriu brecha para a polarização tomar conta de uma festa que deveria ser marcada pela fé e devoção.
Sou contra o governo Fátima e tenho nojo do PT, mas também sou contra transformar a Festa de Santa Luzia em palco para a polarização política. Não é o “Muro das Lamentações de um povo insatisfeito. Há outros momentos para esse tipo de manifestação.
Que a coordenação da festa mude essa abertura para discursos políticos. Ou outros episódios como esse se repetirão.