Surgiram narrativas sobre uma possível união entre direita e esquerda no mesmo palanque em Mossoró, mas isso não corresponde à realidade. O blog do Ismael Sousa esclarece as verdadeiras divisões ideológicas que estarão em disputa nas próximas eleições municipais. O vereador e pré-candidato Lawrence Amorim (PSDB), que apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, é, erradamente, associado à direita. Sua trajetória política é de um perfil fisiológico, característico do centrão, que pode apoiar diferentes lados ideológicos conforme as orientações de seu partido. E não há nada de errado nisso.

Historicamente, o PSDB tem sido visto erradamente como um partido de direita no Brasil, principalmente pela polarização com o PT e à ausência de um partido explicitamente de direita até o surgimento do Bolsonarismo em 2018. O primeiro partido a se definir claramente como de direita após a redemocratização foi o PSL, sob o qual Bolsonaro foi eleito presidente. Com o tempo, o PSL se fundiu com o DEM, formando o União Brasil (partido do prefeito Allyson), o maior partido de centro do país. Já Bolsonaro se filiou ao PL, um partido de viés liberal econômico que se adaptou para incorporar o bolsonarismo, hoje formando a maior bancada federal.

Mas voltando ao contexto de Mossoró, Lawrence caminha para receber o apoio da federação PT-PCdoB e PV, o que não significa uma fusão entre direita e esquerda. A realidade política local se delineia com Lawrence liderando uma pré-candidatura de centro-esquerda e esquerda com o apoio da federação, enquanto a direita terá Genivan Vale, do PL com apoio do Podemos, e uma candidatura de centro, com Allyson Bezerra (União Brasil) com apoio do Solidariedade e PSD.

A disputa pela prefeitura de Mossoró estará, pela primeira vez, se desenhando para uma divisão entre esses blocos ideológicos distintos, desmentindo a narrativa de uma união entre direita (PL) e esquerda (PT) no mesmo palanque.