Obra superfaturada é coisa de amador; os corruptos viram nos aposentados uma mina de ouro


Por: Ismael Sousa

“O Sistema é foda, parceiro.” A frase de Capitão Nascimento em Tropa de Elite nunca fez tanto sentido.

O Sistema não morre. Ele se reinventa, se fortalece, se alimenta da miséria e da ignorância. Sempre esteve lá, e sempre vai estar.

Acordávamos com operações da PF prendendo politicos e empreiteiros e achavamos massa cada fase da Operação Lava Jato. Mal sabíamos que superfaturar obras virou corrupção de amador. O que existe hoje é um esquema institucionalizado, bilionário, feito na cara dura, com a certeza da impunidade.

Os corruptos descobriram uma mina de ouro: aposentados. Milhões de idosos, dependentes de um sistema previdenciário arcaicos, são saqueados gota a gota. Trinta reais aqui, cinquenta ali, quantias pequenas o suficiente para passarem despercebidas, mas que, somadas, financiam uma máquina apodrecida. Até agora o esquema pode chegar a R$ 90 bilhões, superando Lava Jato e Mensalão juntos.

É dinheiro arrancado de quem não consegue comprar um Cibazol na Farmácia Popular, de quem conta moedas pra sobreviver. E tudo isso para manter viva uma engrenagem corrupta, nojenta, sustentada pelo suor do trabalhador honesto.

A corrupção no Brasil é voraz. Ela devora o futuro enquanto desvia o presente com migalhas de circo. Um escândalo de importunação à baleia para distrair a imprensa, promessas de picanha e cerveja como se fossem solução de país.

Enquanto existir quem trabalhe até morrer, haverá quem roube até a última gota de dignidade.

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